O projeto Parceiros de Deus (PD) proporcionou neste sábado (13), um café da manhã diferente para os 22 alunos da comunidade terapêutica “Desafio Jovem de Brasília”, localizada em Planaltina, no Distrito Federal.

Sob a coordenação da Bispa Ana Célia, um grupo de cerca de 15 pessoas, entre médico, assistente social, psicóloga e membros da Sara Nossa Terra participaram deste momento de confraternização. “Nós fazemos essas visitas duas vezes ao ano e percebemos que no começo eles ficam um pouco tímidos, mas a medida que interagimos, eles abrem o coração.  Para nós é muito gratificante levar um pouco de alegria para eles”,  disse Bispa Ana Célia.

Sobre participar dessa ação promovida pelo PD, o arquiteto de sistemas Rogério Falconi, era só elogios. “Eu amo essa obra e sei o quanto é importante estar no meio deles”, disse. O vendedor e técnico em informática, Ítalo Henrique,  membro da Sede da SNT também participou do evento e fez questão de frisar o quanto é importante a ajuda da igreja no processo de ressocialização do dependente químico. “Acho legal poder ajudar as pessoas que passam pelo que já vivenciei. Fiquei 10 anos nas drogas e fui internado duas vezes em clínicas para dependentes. O interno se sente muito sozinho, então quanto maior o apoio recebido, maior a chance de cura”.

Com um momento de louvor, testemunhos e orações, a manhã dos alunos da comunidade estava apenas começando e para levar uma palavra de apoio e encorajamento, Charles  Viana dos Santos, membro do PD há 3 anos, também fez questão de compartilhar um pouco da sua experiência de vida. “A decisão de mudar foi minha, mas para isso eu aceitei Jesus porque para Ele, tudo tem jeito. Já passei por uma clínica e hoje sou livre das drogas. Estou casado, tenho um emprego, mas sei o quanto é difícil.  Muitas vezes queremos desistir, mas eu digo que tem jeito, é só entregar a vida inteira a Deus”, destacou.

Com esse belo exemplo, um clima mais intimista tomou conta do local. Os  alunos iam interagindo com os visitantes, o que alegrou e muito o missionário e terapeuta Leandro Romani, que aproveitou a ocasião para explicar um pouco do funcionamento da comunidade e confessou que muitos deles estavam ansiosos com a visita. “O dependente químico tem o princípio da carência e para suprir essa necessidade ele busca nas drogas. Aqui nós preenchemos esse espaço com amor e a introdução da sociedade cristã contribui para a auto estima e desenvolvimento humano”.

A comunidade está situada em um ambiente arborizado e que transmite muita paz. Os funcionários são voluntários e dedicam suas vidas exclusivamente à causa.  “Já os acompanho há cerca de 2 anos e meio e desde agosto moro aqui. Nós temos uma rotina muito fixa, então é muito bom essas visitas porque eles percebem que tem gente lá fora que se preocupa com eles. É  bom para eles receberem informações de uma nova perspectiva, porque assim nasce um novo significado”, destacou a psicóloga Michelle Rezende.

O tratamento dura 9 meses, sem uso de medicamento e o aluno é livre para sair quando quiser. Rafael de Almeida faz parte do grupo de alunos que conseguiu concluir o tratamento. Saiu, constituiu família, mas retornou à comunidade, não por uma recaída, mas agora como voluntário. “Moro aqui com a minha esposa e três filhos. Vivi 20 anos na dependência e esse tempo foi de muito sofrimento. Eu voltei porque entendi que esse é o desejo de Deus para minha vida e dedico todo o meu tempo aqui porque sei que vale a pena acreditar, porque tudo é possível sim”.

Para  reforçar a importância da visita e o apoio aos alunos, o coordenador do local Lindenberg Resende Boechat destacou: “A gente crer que a Palavra de Deus que cura eles e a participação da igreja é fundamental para recuperação”. Com esse pensamento é que vive Rodrigo Pivoto. Natural de São José dos Campos (SP), o paulistano está na comunidade há quase três meses, de onde só pretende sair quando estiver totalmente independente das drogas. “Essa é a terceira e última vez que passo por uma internação, porque para mim aqui está a minha liberdade e salvação. Lá fora eu era escravo, vivi 21 anos da minha vida nas drogas. Recebemos a visita dos nosso familiares a cada 15 dias e para a gente é uma injeção de ânimo, porque não é fácil permanecer. Há um ano eu sou convertido e sei que nasci de novo e está sendo maravilhoso”, comemorou.

A comunidade existe há 42 anos e se mantém por meio de doações e há cerca de 6 meses o PD faz parte desse time que faz a diferença na vida de todos que ali residem. Atualmente são 22 alunos, mas no ano de 2015 o objetivo é que possam ser assistidos cerca de 5o alunos, mas com toda estrutura, conforto e uma Palavra de Deus, que todo ser humano necessita.

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